VIOLÊNCIA GRÁFICA
vi uma mancha vermelha no chão
parecia sangue coalhado
a inquietação ricocheteia nos rastros de quem sou
os reflexos me dizem que estou diferente
essa vulnerabilidade sempre me rasga
choro no ônibus porque confundo exaustão por melancolia
um sussurro
um grito
um chamado
a potente onda sonar dos ecos na minha cabeça
atordoa a lucidez até que descolo da realidade
penso nas pessoas que tive como símbolos das tristezas que não consigo superar
me sinto um fardo
eles continuam esquecendo que existo
suturo os olhos a sangue frio
a linha costurando os pedaços ausentes
construo um novo corpo agressivo i experiente
minha sensibilidade viverá persona
encontro forças nos que perderam os olhos em guerra
tudo é bélico