Dean
1 min readNov 27, 2019

são meus olhos. soube quando pousei no reflexo radiante de um carro lá fora. uma ação dolorida e confusa. eles nunca funcionaram direito. sou atraído por tudo que brilha. esse tipo de escolha é impensada e, no final das contas, são consequências das vulnerabilidades que não tratei. os trouxe de volta para um canto escuro no salão. estou tonto. não compreendo o modo que a realidade se desenrola. em algum ponto de vista, me sinto coadjuvante do meu próprio viver. a alienação é um outro estágio da dor e, desde quando consigo me lembrar, estive em fuga. é patético se orgulhar das feridas que carregamos. depois parto em retirada. se enxergasse saídas melhores, eu as usaria, juro! mas, sempre tive que implodir tudo, mesmo quando a porta estava aberta. uma espécie de débito não descontado e raivoso que provoca reações inconsoláveis. beligerante ao alastrar o cerne. a quimera que reina dentro de mim é bélica. luto constantemente para não ser uma vítima, mais do que já sou refém das vontades e desejos que possuo. eu quero o mundo onde os donos me rejeitam. ainda permaneço.

Dean
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