MIRAMAR
eu estava desatento
na noite desapareço
as sobras do ébrio
aloe vera nos braços
você me viu primeiro
mas te conheci antes
plantei sementes em ti
desabei de exaustão
encurtei os olhos
i trabalho na ode
profissional em fingir
esqueço de trancar a porta
fugir por dentro do rio
estrelas alucinadas
enjôo de ventos ardidos
palavras são labaredas
rezo minha incredulidade
da mesa ideias não-concluídas
cânone de erros fartos
sopro na ferida aberta
uivo veias entupidas
cuspo o seroto do corpo
tua nádega impressionista
livros na estante
essa carga espiritual
apoio a mão no espelho
um pedido de propósito
porque quis ficar aqui
obrigado por doar sensações que havia esquecido saber